ALICE DOCE ALICE - COMUNHÃO CRÍTICA (Com Spoilers)


ALICE DOCE ALICE - COMUNHÃO - CRÍTICA (Com Spoilers)





Título em Inglês: Alice, Sweet Alice: Communion

Ontem tive uma grata surpresa ao assistir esse filme de 1976, o primeiro filme da eterna musa Broke Shields. Na época ela tinha apenas 11 anos.

Com direção de Alfred Sole, essa película de 1 hora e 38 minutos, conta a história de uma divorciada Catherine Spages (Linda Miller) que cuida de duas filhas: Karen Spages (Broke Shields) e Alice Spages (Paula E. Shepard). Uma das filhas é aquele tipo doce de criança e a outra uma garota que demonstra sérios problemas sociais.

O filme começa com o encontro dessa mãe e suas filhas com um padre amigo da família. seu nome é Tom (Rudolph Willrich). Desde o começo do filme, a gente percebe um interesse em ajudar muito grande do padre, em relação a divorciada Sra. Catherine. Na minha visão, rola uma relação de desejo do padre, pela bela divorciada Catherine e do lado dela, talvez ela vê na figura do padre, um protetor, já que atualmente não tem mais a figura de um homem próximo à ela, seu marido inclusive já estaria até com outra mulher.

Broke Shields vive Karen Spages

Paula E. Shepard (que tinha 19 anos nesse filme) vive Alice

O padre entrega um presente de um parente à Karen. Uma espécie de crucifixo em forma de corrente. Karen abraça o padre e diz que o ama muito.
Nesse momento Alice pede no ouvido da mãe para ir ao banheiro fazer xixi. No que a menina volta do banheiro, vemos ela com uma máscara assustadora, uma máscara translúcida e uma espécie de capa de chuva da escola aonde estudam. Sua mãe dá uma bronca na menina por usar essa máscara e a puxa para ir embora. Aonde uma senhora limpa o chão agachada.

E em pouco tempo as três mulheres, mãe e filhas vão para casa. Karen sofre o tempo todo com sua irmã Alice. Aquelas brigas de irmãs da mesma idade, são frequentes e sempre com Karen sofrendo na mão da irmã Alice.

Sua mãe vai atrás do vestido que elas usarão na cerimônia de comunhão e quando chega com o vestido, Alice pega o véu de sua irmã e o estraga de propósito, o que deixa sua irmã chorosa e muito nervosa.

Nesse momento, sentimos que a mãe dá mais atenção para a boazinha Karen, do que para a má Alice.

O filme avança para a cerimônia e é nela que acontece o fato que vai fazer o filme todo se desenrolar.

Atenção: Se você não quiser saber mais nada sobre o filme, para poder assistí-lo, não leia mais o que escreveremos abaixo, pois contarei algumas coisas que podem ser chave para entendermos melhor o filme.

Normalmente quando faço essas críticas, é para quem já viu o filme, mas como tem gente que não liga para spoilers, fiquem à vontade se quiserem ler.


A CENA DA CERIMÔNIA DE COMUNHÃO


Alice na Cerimônia de Comunhão


As crianças entram em fila organizada pelas freiras da Igreja Católica do bairro, começam uma a uma entrar para receberem a hóstia do padre. A história se passa em 1961, pelo menos é que podemos supor, ao ver o ano em um calendário que passa em alguma imagem do filme.

Nesse instante o filme corta e mostra a figura de uma pessoa que não sabemos ainda se é a menina ou outra pessoa vestida com a máscara e a capa amarela.

Essa figura agarra a doce Karen e a sufoca. Quando a menina caí, a estranha figura coloca o corpo da menina dentro de um baú da igreja, baú em espécie de banco de igreja e toca fogo na menina. A cena é muito forte para quem não está acostumado a ver esse tipo de cena em filmes de terror e suspense.

Em pouco tempo a freira desatenta, que estava organizando as crianças na fila sente cheiro de queimado. A cena pára exatamente no momento em que Alice vai comer a hóstia que o padre lhe oferece. A freira se levanta e vai ver ao ir ver o que aconteceu, fica chocada ao ver a pobre Karen morta.

É um desespero total na igreja!!! A tia das meninas corre e vê o corpo da sobrinha carbonizado e ela corre para a irmã e diz o que aconteceu, a irmã demora para perceber que a sua filha se foi.

Esse talvez é um dos momentos mais revoltantes do filme. Pior que acontece na vida real. Algumas mães não olham para os filhos e no filme, não dá para entender que ela não tenha esboçado nenhuma reação ao ver Alice entrar junto das crianças e a irmã não.


A INVESTIGAÇÃO


Depois da trágica morte da pequena Karen, a polícia se mobiliza para tentar encontrar o assassino ou a assassina da pobre criança.
Alice parece indiferente a morte da irmã o que faz todas as atenções das autoridades voltarem-se para ela.

O diretor desse filme é um grande fã de Hitchcock e esse filme tem grandes inspirações no famoso Inverno de Sangue em Veneza de 1973 de direção de Nicolas Roeg. Principalmente por causa das capas de chuva. Só que no filme que citamos de 73, as capas são vermelhas.

Mas voltando ao filme, fazemos uma imersão no mundo da estranha Alice. A menina gosta de ficar escondida em um porão no prédio aonde mora e ela tem o costume estranho de ficar brincando com uma máscara muito comum nos EUA nas festas de Halloween da década de 50. A mesma que vemos junto a pessoa que mata sua irmã.

Alice anda livremente no prédio, sua mãe não fica muito em cima, aliás a bela Linda Miller, faz o papel daquelas mães que nunca sabem de nada e que não marca o passo dos filhos como outras mães costumam fazer. E em uma dessas passagens pelos andares do prédio vira e mexe Alice se depara com um sujeito repugnante. Sr. Alphonso (Alphonse DeNoble) que fica dentro de um quarto imundo, cheio de gatos e muita sujeira.

Esse homem deixa bem claro que deseja a pequena Alice e ela faz um mix com ele de nojo e provocação, pois toda vez que passa em frente a porta de seu apartamento, ela o chama de gordo e de certa forma, ela o provoca, fazendo caras e bocas que faz o homem querê-la ainda mais.

Em uma dessas passagens, ela vai a pedido da mãe dela, pagar o aluguel à ele e o estranho homem tenta agarrá-la, deixando até a entender no filme, que já tinha feito coisa pior, pois Alice diz que se ele agarrar ela de novo, ela vai gritar. Não fica claro, mas dá a entender que ela já havia promovido algum atento ao pudor da criança.

Pensamos então, que é coisa de tempo para ele morrer também no filme.


O ATAQUE A TIA!


Só que o que era ruim, piora ainda mais. Em um ataque relâmpago, a criança, homem, mulher ou sei lá quem ataca a tia de Catherine, que nessa semana ficaria em sua casa, para consolá-la da morte da filha. Jane Lowry interpreta Anne, aquela tia esperta, que sabe de tudo, está por dentro de tudo quanto é assunto, religiosa e ao contrário da mãe de Alice, Anne é muito esperta e elétrica. Fala muito e até em alguns momentos irrita os mais próximos. Foi uma das que organizaram a cerimônia de velório da pequena Karen.

E em um desses dias que ela prometeu à irmã ficar para ajudar, ela logo depois de brigar com Alice por Alice ter sujado o chão é atacada violentamente ao descer as escadas do prédio, pela criatura estranha de máscara, com várias facadas na perna.

Ao chegar no hospital, ainda muito abalada, sua irmã Catherine tenta a todo custo fazer com que ela não incrimine a pequena Alice, mas a tia está decidida: Foi Alice!!! Grita para os quatro cantos o que obriga os policiais a levarem a menina para um interrogatório.

Outro ponto interessante desse filme dos anos 70. A violência vem de uma vez, sem preparar o espectador e a cena do interrogatório aonde a menina passa por um detector de mentiras, mostra outro comportamento de caráter duvidoso, o médico que avalia a menina, diz para o policial após a seção de perguntas, que a menina tem problema sim e que a criança teria olhado para ele de maneira sedutora e ele ainda repara nos seios da menina.

A pedofilia e uma crítica a Igreja Católica ficam evidentes em alguns momentos desse filme. Já havia dito acima que o gordo que mora em um apartamento vizinho ao de Alice, a deseja e agora vemos um policial olhar com malícia para uma garota que mal chegou na adolescência.

Nesse ponto, vale uma observação: Apesar da atriz Paula E. Shepard ter 19 anos, no ano que gravou o filme, ela tem cara e corpo de uma menina de 10, 11 anos no máximo.


ESCOLA PARA CRIANÇAS ESPECIAIS


O fato é que mesmo sem ter certeza de nada, para não ter maiores complicações com a filha os pais dela, Catherine e Dom Spages (Niles McMaster) que veio para o velório da filha e tentar esclarecer tudo, resolvem internar Alice em uma dessas escolas para crianças com problemas de convivência e psicológicos.

Alice aparece com duas tranças amarradas e com uma aparência mais de adolescente, nervosa com a idéia de continuar naquele lugar. Ao mesmo tempo que se mostra frágil, a menina se mostra esperta e com desenvoltura para enrolar até os adultos.

Vale lembrar, que o diretor desse filme já havia dirigido Deep Sleep de 1972, um filme pornô, então era portanto um diretor sem muito pudor, talvez por isso, forçou tanto na imagem da menina, como uma espécie de Lolita de menor idade.


ATO FINAL


Para não estragar a surpresa de quem ainda não viu o filme, não vou dar muitos detalhes de quem é o assassino, se é um homem, se é uma mulher, se é outra pessoa junto de Alice ou se é só a pequena Alice.

O fato é que o filme me agradou imensamente. Ele mistura mortes violentas, com drama, tensão, a gente fica com raiva da "monguisse" da mãe das meninas, porque a todo tempo tudo acontece e ela parece que vive no mundo na Lua.

Uma das provas disso que estou falando, é um momento em que as coisas estão acontecendo, a filha morta, a irmã ferida e Catherine tenta seduzir o marido e fazer com que ele deixe a atual mulher para voltar para ela. A gente vê uma mulher que briga com a irmã para não incriminar a filha e ao mesmo tempo, vê uma mãe que parece estar mais carente de um homem, do que preocupada com a filha que morreu e a outra que está viva e internada numa escola especial para crianças.

O marido fica num jogo de gato e rato, tentando a todo mundo inocentar Alice, mas toda hora acontece outro evento que complica cada vez mais a vida da menina. Ah e ele beija a ex-esposa, dando um pouco de esperança a carente mulher.

Aliás a atriz que interpreta com primor a pequena e estranha Alice, Paula E. Shepard, entra para lista daquelas atrizes que deixa um monte de fãs com muita curiosidade do porque ter sumido da vida artística. Dizem que ela se juntou à um namorado e depois de algumas tentativas frustradas de filmes e séries, ela largou a vida artística.

O olhar forte da pequena Alice

Aqui ela sorrindo

Paula em 82

No filme Liquid Sky

É impressionante como não percebemos que ela tem 19 anos. Porque no filme, ela tem rosto, jeito e corpo de menina, criança mesmo. Ela nasceu no dia 7 de Julho de 1957 em West Orange, Nova Jersey, Estados Unidos.

Além de Comunhão, ela também trabalhou no filme Liquid Sky de 1982, aonde podemos ver ela mais como uma mulher.

Fiquei impressionado com a desenvoltura dela no filme. Mesmo sabendo depois que não se tratava de uma criança, na minha opinião a atriz deu um show e faz termos raiva dela e ao mesmo tempo dúvida se ela é mesmo tão má assim ou não. Quando pensamos que ela pode ser inocente, outra coisa acontece que nos faz duvidar e essa dúvida gostosa, faz a gente grudar na cadeira e querer saber logo o que vai acontecer no filme.

BROKE SHIELDS



Já Broke Shields, essa sim, seguiu extensa carreira e ficou muito conhecida do público após o filme Lagoa Azul.

Esse filme que comento aqui hoje, só provou como Broke Shields já era linda até mesmo quando era criança. Abaixo algumas fotos da atriz, mais atuais, o que prova, que ela ainda está bonitona.




Eu para ser sincero, nunca imaginei que tivesse um filme de terror / suspense com ela. Já vi filme de drama, ação, mas terror com Broke Shields é a primeira vez.

No Brasil quando esse filme chegou em VHS, fizeram obviamente uma forte propaganda em cima do nome dessa conhecida atriz, mas ela morre no começo do filme, o que não deixa de ser hilário.

Por fim, o filme termina relevando quem é o assassino e começamos a voltar a fita e ver que tudo tem conexão e que julgando pós e contras, o filme cumpre bem o seu papel.

Outro ponto interessante é ver a decoração das casas, os carros, as roupas das pessoas nos anos 70 na terra do Tio Sam. Eu particularmente adoro ver filmes dos anos 70, especialmente filmes de horror.

A Profecia é dos anos 70, O Bebê de Rosemary e é claro, o aclamado O Exorcista.
Esse filme também teve influência de Psicose de 1960, dirigido por Alfred Hitchcock.


Minha nota do filme: 8.0.

Se assistir o filme, não deixe de deixar o seu comentário.





































Comentários

Maria Valéria disse…
Olá .
Acabei de Assistir .
ALERTA DE SPOILER ok??
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É legal a gente ler críticas para encontrar uma visão totalmente diferente.
Ao contrário de vc , eu fui enganada !!!
Jurava que era Alice , até surgir a revelação do assassino .
Fiquei na dúvida quanto à motivação do assassino :
Catherine teria tido mesmo um caso com o padre ? O assassino sabia disso ou somente achava que sabia ?
E a motivação teria sido o caso amoroso do padre , ou somente uma suposicao errada , devido à devoção do padre a aquela família?
O assassino teria certeza de que não havia caso amoroso nenhum , mas matou somente por ciúmes da amizade do padre com Catherine?
Em minha opinião ,com certeza o assassino sabia que Alice escondia as coisas no porão ...e fez de tudo para incrimina - la.
O que você acha ?
Um abraço .
Leonardo disse…
Obrigado pelo comentário!!! Não acredito que a Catherine tenha tido algo com o padre e acredito sim, que foi ciúmes do assassino. E com certeza, ele usou Alice como álibi.
Unknown disse…
Eu tbm fiquei surpresa com o final do filme visitei o site para compreender melhor a sinopse do filme, pó que entendi a assassina perdeu uma filha no dia da 1 comunhão, ela sentiu uma profunda inveja porque além do padre ser muito querido na família, ele também prestou assistência a família na morte da criança.

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