A NOIVA - CRÍTICA

A NOIVA (THE BRIDE - 2017) - CRÍTICA

Essa crítica é de um filme que me chamou à atenção há uns meses atrás, já logo pelo trailer.Na cena inicial, vemos um fotógrafo tentando capturar uma imagem de um cadáver vestido de noiva.
Só por isso, já me interessei e sábado consegui finalmente assistir ao filme.

Bom, vamos por partes como diria o Jack Estripador.

Esse filme russo de 2017, escrito e dirigido por Svyatoslav Podgayevskiy, tem no elenco: Victoria Agalakova, Vyacheslav Chepurchenko, Aleksandra Rebenok entre outros atores e começa mostrando um jovem casal que acabam de se unirem, curtindo aqueles momentos mágicos de quem é recém-casado.

Pouco antes de mostrar o casal, o filme volta no tempo e mostra um fotógrafo, tentando fotografar um cadáver de uma mulher vestida de noiva. Por n vezes, ele tenta, mas toda vez que vai bater a foto, a cabeça do cadáver se move para a frente, criando um momento de tensão logo no começo do filme.

O cadáver era de sua esposa e o que aparentemente era apenas uma foto de época, (pois era comum há muito tempo atrás, as pessoas fotografarem os mortos com as pupilas pintadas em forma de olho, pois eles acreditavam que isso manteria os mortos sempre presentes) se torna algo muito mais complexo.

Voltando ao tempo atual...

Em pouco tempo o rapaz recebe uma ligação de sua família, que mora em um vilarejo distante e decide ir com sua companheira até o local.

No filme tem uma cena em que a protagonista aparece de calcinha, na casa aonde vive com o namorado, que muita gente achou gratuita. O povo reclama de tudo também...rss

Tem gente que reclama de filme de terror que não tem cena de sexo, outros reclamam quando não tem nudez e tem aqueles que reclamam quando tem nudez e sexo, vai entender esse povo...rss

Chegando lá eles são bem recebidos pela irmã do rapaz, que ao mesmo tempo que é solícita, se mostra um pouco rude e direta com a sua mais nova cunhada.

Muita gente criticou o número excessivo de clichês nesse filme, até concordo que por essa razão, ele não terá o mesmo tratamento por exemplo que a crítica deu ao filme A Bruxa. (The Witch) de 2015, pois esse sim possui uma originalidade muito rara hoje em dia, mas mesmo assim, não podemos jogar A Noiva fora.

E vou lhes dizer porque:

Para quem já está de saco cheio dos sustos provocados pelos filmes de James Wan, a Noiva traz algo que o terror ao tempo estava deixando de lado. Cenas que induzem medo, mas nem sempre são de causar sustos. Para mim, o medo induzido é muito mais assustador, que o explícito.

Filmes de casas mal-assombradas existem vários, mas nesse filme a casa não é bem o elemento principal e sim o que acontece nela.

O que teve de gente criticando essa cena..

A gente sabe desde o começo que essa "família estranhona" do noivo, pretende fazer algo de ruim com a garota, sua mulher, mas conforme o filme vai se desenrolando o espectador fica naquela brincadeira gostosa de torcer para que ela consiga escapar, mas ao mesmo tempo querendo saber o que a família fará com ela, caso ela não consiga escapar..


SPOILERS



A partir daqui se você não quer spoilers, agradeço sua leitura até esse ponto. Pegue outro post do The Informetal para ler, porque agora vou contar coisas importantes do filme.

Na verdade o que a família queria com a garota era fazer reviver um espírito que acompanha a família há anos. Na verdade não é que a família queria ressuscitar e sim agradar esse espírito que assombra todos os integrantes da família por décadas, inclusive as crianças.

Na cena inicial o fotógrafo nada mais quer, do que pegar uma jovem do vilarejo, virgem, para ressuscitar o espírito de sua esposa, no corpo dessa jovem.

A cena dela sendo arrastada por vários homens, indefesa nos faz até ter um pouco de dó da coitada, mas o fotógrafo está determinado a cumprir o ritual para ter sua amada de volta.

E no ritual de passagem, assim como no começo do filme, a família tenta fazer o mesmo com a mais nova integrante da família, o que eles não esperavam é que a garota não era mais virgem.

Confesso que daí para frente o filme parece correr um pouco, mostrando uma luta do espírito do mal para continuar ativo e do casal, tentando se livrar daquele mal.

A caracterização do espírito do mal, perde por exemplo, para a freira de Invocação do Mal, mas as aparições dela não.

O filme tem bons momentos. Para mim todo filme de terror que se preze, tem que ter cena de banheira, porta rangendo, espíritos em formas de fantasmas com panos brancos, personagens esquisitos, uma protagonista que se ferra pra caramba e tudo isso, temos em The Bride.

Não conheço muito da carreira do diretor do filme, mas acredito que ele era fã de filmes que tinham esses elementos de cena que vemos muito em The Bride.

cena da banheira

O filme não vai te surpreender a ponto de você falar: Puxa, nunca vi isso num filme de terror! Mas como disse acima, se você se colocar no lugar da protagonista, você consegue imaginar o perrengue que ela passou. E em muitos momentos, você torce por ela. Mesmo ela sendo meio "monga".

Com uma cunhada dessa, é melhor ter inimigos

O fato da personagem principal em alguns momentos não parecer assustada, é um dos pontos negativos do filme. Em muitos momentos, que qualquer pessoa normal gritaria muito ou até desmaiaria, ela, a loirinha do filem fica olhando com cara de "monga" tudo que está acontecendo. E demora muito para sacar que ela corre perigo.

O papel do seu marido, é muito apagado. Ele faz o papel daquele cara que sabe que família faz coisa errada e mesmo assim leva a esposa para o abate. Mesmo sabendo do risco que ela corria, ele assume o risco e a leva. Isso também ao meu ver pesou negativamente no filme. Se ele ama tanto ela, como mostra no filme, porque não foi sozinho visitar os parentes?

Esse é o tipo de situação que ninguém quer...

A irmã dele, é do tipo "xerifona". Em alguns momentos até soa meio caricata, mas faz bem seu papel. Ainda na família temos duas crianças que são filhos da irmã do rapaz, (bem graciosos por sinal),  que é separada do marido (na verdade não ficou claro para mim se o marido dela a largou ou se morreu, acredito que está mais para a segunda opção) e ainda tem o pai da família que é um sujeito caladão, que não pronuncia uma fala no filme inteiro, se eu não estiver enganado. O tipo capacho que faz tudo que os outros mandam.

Outra personagem, essa sim, tem um papel importante na trama é da suposta médica da família. Ela é quem comanda todo processo para que a moça não consiga escapar e que ela seja submetida ao tal ritual.

Por fim, o que posso dizer é que The Bride tem bons momentos e sua idéia poderia ter sido muito melhor aproveitada, mas acaba no final sendo mais agradável do que as últimas sequências de Sobrenatural dirigidas pelo James Wan.

Quando vi o trailer, pensei que o filme exploraria mais esse lado de espíritos. Mostrando vários espíritos interagindo para se comunicarem com os vivos, mas o único espírito no filme, é o espírito do mal que atormenta a família desde o dia que o patriarca resolveu reviver o espírito de sua noiva em um novo corpo.

Na verdade o elo para conseguir essa proeza é juntar uma o espírito com a virgem dentro de um caixão, enterrando a pessoa viva com o cadáver e esperando que algo aconteça.

Bom, se você for assistir ao filme com muita expectativa, esperando um filme que vai revolucionar o cinema do horror, não assista. Agora se é daqueles que gosta de ver um filme de terror recheados de clichês e com uma pegada de filmes antigos, pode assistir, que você terá bons momentos.

Nota: 5.7