Arrependimento e Culpa

Arrependimento e Culpa



"O pensamento é para o Espírito o que a mão é para o homem".

Com essa frase, eu começo o tópico de hoje, sobre arrependimento e culpa.

O arrependimento desde que sincero e somado ao fato da pessoa não repetir mais determinados atos, que a fizeram se sentir arrependida ou culpada por algo, é algo que Deus vê com muito carinho e com muita atenção. Temos vários tipos de arrependimento. Às vezes, um sujeito só se arrependerá de ações que teve aqui na Terra, quando já estiver desencarnado. Em outras situações, ele se arrependerá, não por orgulho próprio que tinha, em sua passagem pela Terra, mas sim, por notar que não tinha conhecimento de que seus atos, eram atos que prejudicavam outras pessoas e principalmente, prejudicava ele próprio.

Numa Palestra dada por Pedro Vieria trabalhador do Centro Espírita Cristófilos, do Rio de Janeiro e colaborador do Centro Espírita Léon Denis, também no RJ, vemos algumas explicações em relação à esse sentimento.

Até que ponto podemos considerar o arrependimento uma ação positiva, onde o espírito se regenera ao invés de entrar num processo de auto-punição, gerando as conseqüências psicossomáticas tão conhecidas por nós ?

<Pedro_Vieira> Quando ele prepara a ação - a reparação. Quando o ser espiritual encontra-se pronto para reconhecer-se verdadeiramente falível - mas pronto para sair da condição em que está para uma melhor. Quando vemos Espíritos acomodados na situação espiritual em que se encontram, vemos séria tendência ao processo de auto-culpa, e não da renovação que o arrependimento promove. Não ultrapassa, nesse caso, o grito da consciência, que transforma em grito constante que incomoda ao invés de chamar à renovação do Espírito.

Que mecanismo pode nos levar a reconhecer as culpas, mesmo aquelas mais ocultas que carregamos conosco?

<Pedro_Vieira> Considero que o amigo esteja utilizando a palavra "culpa" como "responsabilidade", e não como o mecanismo de auto-culpa, que também pode ser referenciado pelo mesmo vocábulo, e que tem sentido completamente diverso. Em "O Livro dos Espíritos", questão 919 Santo Agostinho nos deixa uma instrução de meditação diária que nos leva a isolar os pontos que devemos reavaliar, sobre os quais temos responsabilidade:
"Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma."

Quando uma pessoa nasce com um problema, por exemplo, um aleijão; de quem é a culpa? Dele, de seus pais, de seus avós ou de ninguém?

<Pedro_Vieira> Vamos ao Novo Testamento.
"E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus." Observamos, então, deste ensinamento de Jesus, que a responsabilidade pelas coisas não deve ser levada à conta de castigo. Em relação a seus pais ou a si. Deve ser levada a conta de oportunidade de aprendizado e de crescimento. Mais uma vez vemos o afastamento do Espiritismo e da crença Kármica. Jesus responde sempre a quem sofre: olhe para o futuro. A esperança lhe encha a alma, porque tudo acontece em ti para que "se manifestem as obras de Deus".

Considerações Finais:

Renovação seria a palavra mais adequada, quando pensamos na ação imediata que o arrependimento pode causar à uma pessoa. Conhecimento e correção dos erros do passado, são as premissas, para que possamos discernir, o que é certo do errado e principalmente nos tornarmos pessoas melhores, a partir do momento em que nos se demos por arrependidos. Às vezes, esse sentimento, só vem depois da morte, em outras ocasiões, vem antes. O importante é acreditarmos que um ser pode se arrepender e se regenerar.

Leonardo Gomes Pereira

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