PARAÍSO PERDIDO
PARAÍSO PERDIDO
Sabe aqueles filmes que a gente assiste e não esquece tão cedo? Pois bem, esse é Paraíso Perdido.
Eu vejo filmes quase que todas as semanas e dentre esses muitos filmes que eu tenho visto, Paraíso Perdido, produção de 2018, com direção de Monique Gardenberg, que trabalhou em O Pai Ó de 2007 foi o filme que assisti mais despretenciosamente e que mais me deixou satisfeito ao seu término.
O lugar para aqueles que sabem amar, assim é como é apresentado logo no começo do filme a boate Paraíso Perdido que é comandada por José (Erasmo Carlos) e alguns outros membros de sua grande família.
Lá vemos seu filho Ângelo vivido pelo ator Júlio Andrade, que entre outros filmes trabalhou em Serra Pelada (2013) e Imã, (Jaloo), que se apresenta como uma drag queen no palco. Em pouco tempo eles conhecem o policial Odair, vivido pelo ator Lee Taylor. Mas temos também Eva (Hermila Guedes) que trabalhou entre outros no filme Assalto ao Banco Central (2011), Malu Galli faz a mãe de Odair, no papel de Nádia.
Humberto Carrão interpreta o professor Pedro, que fica num chove não molha danado, com a personagem Imã. No elenco ainda podemos destacar Marjorie Estiano que vive Milene, Felipe Abib, que vive Joca e Júlia Conrad, sua namorada Celeste. Para concluir, ainda temos Nicole Puzzi como Lídia e Seu Jorge como Teylor.
O filme mistura várias histórias de amores, desilusões, a história de alguém que está na cadeia, mas paralelo a tudo isso, a casa noturna serve de refúgio não só para quem vai até ela, ver aos shows musicais, mas também para quem faz parte daquela família.
As músicas, são o ponto alto do filme e mesmo em sua maioria, sendo de artistas considerados bregas, no Brasil, nos proporcionam momentos deliciosos que fazem a gente curtir cada apresentação, como se estivesse sentado em algumas das mesas de Paraíso Perdido. A diretora disse em entrevista, que cresceu ouvindo esses cantores e talvez por isso, recheou seu filme com essas canções.
O filme trata discretamente do tema linguagem de sinais, aonde temos uma personagem que é muda e que se comunica com o filho apenas com as mãos, temos também um tema bem comum nos dias de hoje, que é o preconceito contra a comunidade LGBT, seja de quem se relaciona com alguém que é LGBT ou mostrando aqueles que agridem, alguém que tem essa orientação sexual.
Nas músicas, temos um pouquinho de tudo, desde As Minhas Coisas de Odair José, a música de Márcio Greik, até Raul Seixas e Roberto Carlos.
Mas o grande destaque fica pela canção Amor Marginal de Johnny Hooker, interpretada de maneira soberba no filme por Jaloo no papel de Imã. Jaime Melo Junior é o nome do ator, que também é cantor e foi cantando que foi descoberto pela diretora do filme. Marisa Monte e Marina Lima já fizeram grandes elogios à ele. O ator em entrevista a Glamurama disse que não sabe ainda se fará outros filmes, quer se preparar melhor para um novo projeto, participaria, a menos que fosse algo que não tivesse como recusar, como assim fez com Paraíso Perdido.
Entretanto, em todas as críticas que li sobre esse filme, algo se repetiu, que foi a crítica ao fato de Seu Jorge parecer um figurante de luxo no filme.
E para mim, também ficou essa impressão de que o personagem Teylor, poderia ser melhor explorado. Quando você pensa que ele terá uma cena para dizer um pouco mais da vida dele, a cena já muda para outro personagem e ficamos sem saber muita coisa sobre Teylor. Só se sabe, que ele tem uma vontade enorme de ter algo mais sério com a personagem Celeste.
Talvez faltou ao filme saber dosar melhor isso, dar mais atenção para alguns personagens e menos para outros que teriam um potencial enorme, se mais desenvolvidos.
Somando prós e contras, o resultado é satisfatório. O filme te segura, não por você esperar que algo grandioso irá acontecer, mais porque querer saber quem fim terá cada um daqueles personagens e por passar os minutos nessa expectativa se deleitando as belas apresentações musicais que tornam a tarefa, muito mais agradável.
O filme tem cotação 7.2 no site IMDB. 110 minutos.
As gravações foram realizadas na boate The Society, atualmente fechada e que fica na famosa Rua Augusta.
Obs: a cena de sexo, entre o personagem de Carrão e Jaloo, deu o que falar, teria uma outra cena, envolvendo a personagem de Estiano, que pelo que apurei, foi retirada do filme, para não causar muito impacto em quem fosse ver o filme.
Paraíso Perdido é a prova de quem tem muita coisa boa no cinema nacional e muitas vezes perdemos horas vendo enlatados norte-americanos, sendo que essas mesmas horas poderiam ser aproveitadas em algo feito aqui, precisamos muito incentivar o nosso cinema, para que ele cresça cada vez mais, capacidade para isso, nós temos de sobra.
Minha nota: 7.8
Sabe aqueles filmes que a gente assiste e não esquece tão cedo? Pois bem, esse é Paraíso Perdido.
Eu vejo filmes quase que todas as semanas e dentre esses muitos filmes que eu tenho visto, Paraíso Perdido, produção de 2018, com direção de Monique Gardenberg, que trabalhou em O Pai Ó de 2007 foi o filme que assisti mais despretenciosamente e que mais me deixou satisfeito ao seu término.
O lugar para aqueles que sabem amar, assim é como é apresentado logo no começo do filme a boate Paraíso Perdido que é comandada por José (Erasmo Carlos) e alguns outros membros de sua grande família.
Lá vemos seu filho Ângelo vivido pelo ator Júlio Andrade, que entre outros filmes trabalhou em Serra Pelada (2013) e Imã, (Jaloo), que se apresenta como uma drag queen no palco. Em pouco tempo eles conhecem o policial Odair, vivido pelo ator Lee Taylor. Mas temos também Eva (Hermila Guedes) que trabalhou entre outros no filme Assalto ao Banco Central (2011), Malu Galli faz a mãe de Odair, no papel de Nádia.
Humberto Carrão interpreta o professor Pedro, que fica num chove não molha danado, com a personagem Imã. No elenco ainda podemos destacar Marjorie Estiano que vive Milene, Felipe Abib, que vive Joca e Júlia Conrad, sua namorada Celeste. Para concluir, ainda temos Nicole Puzzi como Lídia e Seu Jorge como Teylor.
Conrad, Erasmo e Jaloo |
O filme mistura várias histórias de amores, desilusões, a história de alguém que está na cadeia, mas paralelo a tudo isso, a casa noturna serve de refúgio não só para quem vai até ela, ver aos shows musicais, mas também para quem faz parte daquela família.
As músicas, são o ponto alto do filme e mesmo em sua maioria, sendo de artistas considerados bregas, no Brasil, nos proporcionam momentos deliciosos que fazem a gente curtir cada apresentação, como se estivesse sentado em algumas das mesas de Paraíso Perdido. A diretora disse em entrevista, que cresceu ouvindo esses cantores e talvez por isso, recheou seu filme com essas canções.
Guedes e Estiano |
O filme trata discretamente do tema linguagem de sinais, aonde temos uma personagem que é muda e que se comunica com o filho apenas com as mãos, temos também um tema bem comum nos dias de hoje, que é o preconceito contra a comunidade LGBT, seja de quem se relaciona com alguém que é LGBT ou mostrando aqueles que agridem, alguém que tem essa orientação sexual.
Jaloo como Imã |
Nas músicas, temos um pouquinho de tudo, desde As Minhas Coisas de Odair José, a música de Márcio Greik, até Raul Seixas e Roberto Carlos.
Mas o grande destaque fica pela canção Amor Marginal de Johnny Hooker, interpretada de maneira soberba no filme por Jaloo no papel de Imã. Jaime Melo Junior é o nome do ator, que também é cantor e foi cantando que foi descoberto pela diretora do filme. Marisa Monte e Marina Lima já fizeram grandes elogios à ele. O ator em entrevista a Glamurama disse que não sabe ainda se fará outros filmes, quer se preparar melhor para um novo projeto, participaria, a menos que fosse algo que não tivesse como recusar, como assim fez com Paraíso Perdido.
Entretanto, em todas as críticas que li sobre esse filme, algo se repetiu, que foi a crítica ao fato de Seu Jorge parecer um figurante de luxo no filme.
E para mim, também ficou essa impressão de que o personagem Teylor, poderia ser melhor explorado. Quando você pensa que ele terá uma cena para dizer um pouco mais da vida dele, a cena já muda para outro personagem e ficamos sem saber muita coisa sobre Teylor. Só se sabe, que ele tem uma vontade enorme de ter algo mais sério com a personagem Celeste.
Teylor (Seu Jorge) |
Talvez faltou ao filme saber dosar melhor isso, dar mais atenção para alguns personagens e menos para outros que teriam um potencial enorme, se mais desenvolvidos.
Somando prós e contras, o resultado é satisfatório. O filme te segura, não por você esperar que algo grandioso irá acontecer, mais porque querer saber quem fim terá cada um daqueles personagens e por passar os minutos nessa expectativa se deleitando as belas apresentações musicais que tornam a tarefa, muito mais agradável.
O filme tem cotação 7.2 no site IMDB. 110 minutos.
As gravações foram realizadas na boate The Society, atualmente fechada e que fica na famosa Rua Augusta.
Obs: a cena de sexo, entre o personagem de Carrão e Jaloo, deu o que falar, teria uma outra cena, envolvendo a personagem de Estiano, que pelo que apurei, foi retirada do filme, para não causar muito impacto em quem fosse ver o filme.
Paraíso Perdido é a prova de quem tem muita coisa boa no cinema nacional e muitas vezes perdemos horas vendo enlatados norte-americanos, sendo que essas mesmas horas poderiam ser aproveitadas em algo feito aqui, precisamos muito incentivar o nosso cinema, para que ele cresça cada vez mais, capacidade para isso, nós temos de sobra.
Minha nota: 7.8
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