JÁ NÃO ME SINTO MAIS EM CASA NESSE MUNDO (CRÍTICA SEM SPOILERS)

JÁ NÃO ME SINTO MAIS EM CASA NESSE MUNDO (I don't feel at home in this world anymore - 2017)



O filme que vamos falar hoje, foi muito bem visto no Festival Sundance e foi a estreia do diretor Macon Blair. É um filme original Netflix.

No filme, vemos um pouco do cotidiano de Ruth, vivida pela atriz Melanie Lynskey que vive uma fase meio conturbada da sua vida. Ela é uma auxiliar de enfermagem que vive entre trabalhar em um hospital e passar longos períodos tediosos em sua casa velha. Sem namorado, marido, ou filhos, ela tem uma amiga que não é lá aquela pessoa melhor para ouvir alguém. Angie a amiga, é uma pessoa daquelas que não podemos considerar que dá os melhores conselhos. Mais como diz o ditado, tudo que já está ruim pode piorar ainda mais. E piora, assaltam a casa de Ruth e levam o jogo de talheres de prata que ela guardava da avó já falecida e o seu laptop.

Ruth não se conforma com o fato. Engraçado que nos identificamos com Ruth, ainda mais nos tempos de hoje aonde somos obrigados a engolir sapo o tempo todo. Seja de um vizinho que ouve música de qualidade duvidosa, bem alta, não te deixando dormir e você fica até com receio de chamar a polícia, porque não sabe com quem está lidando, ou seja quando você vai parar o carro na vaga do estacionamento de um mercado e alguém rouba sua vaga.

Logo no começo do filme, vemos uma cena dessas com Ruth, que na hora pensamos: -Poxa, isso acontece comigo também o tempo todo. As injustiças do nosso cotidiano, é a base desse filme.

Na cena ela tenta atravessar e uma pessoa está tirando o carro e atrapalha o caminho de Ruth várias vezes, até que ela cede e deixa a pessoa sair com o veículo da vaga de estacionamento.

E acho que por isso, me interessei por vê-lo. Mas Ruth felizmente, não está sozinha nessa empreitada. Ela conhece o vizinho de bairro Tony, da maneira mais inusitada possível. O cachorro dele aparentemente faz cocô no quintal de Ruth e isso a irrita muito. E nessa implicância dela, para com ele, eles se conhecem e logo depois do roubo da casa dela, ele topa ajudá-la a tentar recuperar os bens subtraídos.

Tony e Ruth

Outra coisa interessante desse filme, é que ele mostra claramente que Ruth vive em um bairro relativamente comum e sem muito glamour. A paisagem é melancólica e vemos ali, naquele lugar, um lugar que não tem muita badalação ou que seja tão interessante de morar, mais ali é o lugar que ela pode pagar e ela quer defender aquele lugar, mesmo não sendo lá essas coisas.

A relação de Ruth com Tony, ah eu já ia me esquecendo de apresentar o ator que faz Tony, ele é nada mais, nada menos que Elijah Wood, o personagem Frodo de O Senhor dos Anéis, começa tumultuada, mais aos poucos eles vão criando uma empatia e aquele negócio de um se preocupar com o outro.

Dupla dinâmica!

O filme tem momentos ,muito engraçados e algumas cenas, são uma espécie de homenagem ao horror dos anos 80. Eu ri muito em pelos menos umas 4 ou 5 cenas.

Outra coisa que vale ressaltar, é a opção do diretor por fazer o filme em tons mais opacos, mais escuros que dão uma sensação assim de monotonia e tédio. Parece que está sempre meio escuro, como uma paisagem norueguesa, mesmo nos EUA.

Ricona

O filme tem jogos de câmera interessantes, que às vezes nos dá dicas do que vai acontecer e é engraçado ver como a Ruth, que tem todo um jeitinho meigo, vai mudando ao longo do filme, conforme os acontecimentos. O sentimento de "basta!", não vou mais aceitar esse tipo de coisa, é latente nas atitudes de Ruth.

O personagem de Elijah é muito legal. Ele é o contraponto de Ruth. O cara é um frango de magro, mais é fã de artes marciais, uma espécie de fã de Bruce Lee que não tem o mínimo jeito para a coisa, mas é justamente isso que faz dele um cara esquisitão e tão interessante para o filme.

Momentos de tensão!

O filme é humor negro do começo ao fim, o seu último ato pode decepcionar um pouco os espectadores, aliás, até um pouco antes do último ato, a gente fica com aquele sentimento de: poxa para aonde o filme vai agora, mais se analisarmos o contexto todo do filme, ele agrada e muito.

Obviamente, essa crítica é a minha visão, pode ser que vocês assistam e adorem esse longa, mas também pode ser que achem um lixo, mas para mim ele agradou e a nota desse filme, é 7.5.

Trailer do filme:
































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